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Mutismo Seletivo: O que é, Causas, Sintomas e Tratamento Eficaz

Você enfrenta dificuldades para falar em certas situações, sentindo-se tão nervoso ou ansioso que chega a passar mal? Ou conhece uma criança ou adolescente com dificuldades semelhantes? Isso pode ser mutismo seletivo, um desafio que afeta a capacidade de se comunicar em contextos específicos.

Este artigo, escrito por nossa psicóloga, tem por objetivo ajudar você a identificar os sinais do mutismo seletivo e entender as causas, mostrar os sintomas, além de apresentar como a  terapia pode ser um tratamento eficaz para restaurar a sua saúde emocional e melhorar a qualidade de vida.

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O que é Mutismo Seletivo?

Mutismo seletivo é um transtorno de ansiedade caracterizado pela incapacidade persistente de falar em situações sociais específicas onde a comunicação é esperada, como na escola, apesar da capacidade de falar normalmente em outras situações, como em casa ou com pessoas próximas.

Essa condição vai além de uma simples timidez; a pessoa, criança, adolescente ou adulto, se sente incapaz de falar nessas situações, mesmo que queira.

Essa dificuldade em falar interfere significativamente no desempenho de suas atividades ou nas interações sociais, podendo causar impacto no desenvolvimento e na vida social da pessoa.

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Quais são os principais sintomas do Mutismo Seletivo?

De acordo com o DSM-V, separei os sintomas do mutismo seletivo por faixa etária:

Sintomas do mutismo seletivo em crianças

  1. Incapacidade de falar em certas situações sociais onde se espera que a criança fale, como na escola ou em eventos sociais, mesmo que ela fale normalmente em outros ambientes, como em casa.
  2. Ansiedade intensa em situações sociais que envolvem a comunicação verbal.
  3. Expressão facial e corporal tensa em situações onde a fala é esperada.
  4. Comportamentos evitativos, como desviar o olhar, se esconder ou usar gestos para se comunicar em vez de falar.
  5. Dificuldade em participar de atividades em grupo na escola, como responder a perguntas ou brincar com outras crianças.
  6. Resistência ao falar com pessoas que não são familiares, mesmo quando se sente confortável com essas pessoas.
  7. Medo de ser julgado ou de errar ao falar, o que pode intensificar o silêncio.
  8. Dependência de figuras familiares para se comunicar em situações sociais, esperando que os pais ou responsáveis falem por elas.
  9. Alterações no comportamento quando confrontadas com situações que envolvem fala, como ficar retraída, ansiosa ou até mesmo mostrar sinais de frustração.
  10. Recusa em falar mesmo quando a criança entende a necessidade da comunicação, como pedir algo de que precisa.
  11. Persistência do mutismo por mais de um mês, excluindo o primeiro mês de entrada na escola, que pode ser uma fase de adaptação.
  12. Evitamento de locais onde a comunicação verbal é exigida, como festas de aniversário ou eventos sociais.
  13. Comportamento normal em outras áreas da vida, sem apresentar dificuldades de comunicação ou interações sociais em ambientes onde se sente segura.
  14. Possíveis dificuldades de desenvolvimento ligadas à fala ou linguagem, que podem coexistir com o mutismo seletivo.
  15. Intensificação do silêncio em situações de maior estresse ou mudanças, como a transição para uma nova escola ou ambiente desconhecido.
  16. Dificuldade em expressar necessidades básicas em locais públicos, como pedir para ir ao banheiro na escola.

Sintomas do mutismo seletivo em Adolescentes

  1. Incapacidade de falar em situações sociais específicas: O adolescente pode ficar em silêncio em contextos como escola, festas ou eventos sociais, mesmo que consiga falar em ambientes familiares.
  2. Ansiedade intensa: Sinais claros de ansiedade podem surgir quando o adolescente é esperado para falar em situações desafiadoras.
  3. Comportamento de evitação: O adolescente pode evitar ativamente situações em que precisa falar, como aulas, apresentações públicas ou encontros sociais.
  4. Falta de expressão facial: Pode apresentar uma expressão facial rígida ou “neutra” em situações onde o mutismo seletivo se manifesta.
  5. Dificuldade em estabelecer e manter amizades: A dificuldade em se comunicar pode levar ao isolamento social e à dificuldade de formar e manter vínculos com os colegas.
  6. Resistência a novas experiências: O adolescente pode evitar novos desafios ou atividades por medo de situações que exijam comunicação verbal.
  7. Dependência de comunicação não verbal: Pode recorrer a gestos, acenos ou escrever para se comunicar em situações desafiadoras.
  8. Autoestima baixa: O mutismo seletivo pode impactar negativamente a autoestima, especialmente se o adolescente se sente diferente ou incapaz de participar ativamente das atividades sociais.
  9. Dificuldade em responder a perguntas diretas: Pode ficar em silêncio ou demorar para responder quando é questionado diretamente, especialmente em ambientes que provocam ansiedade.
  10. Tensão corporal: Sinais físicos de tensão, como rigidez muscular, evitar contato visual, ou postura encolhida, podem ser evidentes em situações onde se espera que o adolescente fale.
  11. Dependência de familiares: Pode depender excessivamente de familiares para falar por ele em interações sociais ou com figuras de autoridade, como professores.
  12. Medo de ser julgado: Um medo intenso de ser julgado ou criticado ao falar pode levar ao silêncio em ambientes onde o adolescente sente que está sendo observado.
  13. Desempenho acadêmico afetado: Pode ter dificuldades acadêmicas, não por falta de capacidade, mas pela recusa em participar de atividades orais, como apresentações, ou responder em sala de aula.
  14. Sintomas psicossomáticos: O adolescente pode desenvolver sintomas físicos, como dores de cabeça ou dor de estômago, como uma resposta à ansiedade associada ao mutismo seletivo.
  15. Comportamentos repetitivos: Em algumas situações, o adolescente pode desenvolver comportamentos repetitivos ou rituais como uma forma de lidar com a ansiedade.

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Sintomas do mutismo seletivo em Adultos

  1. Incapacidade de falar em determinadas situações sociais: O adulto pode não conseguir se comunicar em contextos específicos, como reuniões de trabalho, eventos sociais ou encontros com pessoas desconhecidas, enquanto consegue falar normalmente em outros ambientes.
  2. Ansiedade intensa em situações sociais: O adulto pode experimentar uma ansiedade significativa quando confrontado com a necessidade de falar em situações onde o mutismo seletivo se manifesta.
  3. Evitação de situações sociais: Para evitar a ansiedade associada à comunicação, o adulto pode evitar atividades ou eventos onde é esperado falar.
  4. Silêncio em contextos específicos: O adulto pode permanecer em silêncio em situações de grupo ou durante apresentações, mesmo quando está confortável e bem informado sobre o assunto.
  5. Dificuldade em interações profissionais e sociais: Pode ter dificuldades em participar de discussões em reuniões, apresentações de trabalho ou interações sociais importantes, afetando sua vida profissional e social.
  6. Uso de comunicação não verbal: Pode recorrer a métodos de comunicação não verbal, como gestos ou escrita, para se expressar em situações onde o mutismo seletivo ocorre.
  7. Evasão de responsabilidades: O adulto pode evitar responsabilidades que exigem comunicação verbal, como liderar equipes, fazer apresentações ou conduzir reuniões.
  8. Tensão e desconforto em situações sociais: Pode apresentar sinais físicos de tensão, como inquietação, sudorese, ou mudanças na postura quando precisa falar.
  9. Dificuldade em estabelecer relacionamentos interpessoais: A incapacidade de se comunicar efetivamente pode levar ao isolamento social e dificuldade em formar e manter relacionamentos.
  10. Baixa autoestima: A dificuldade em participar ativamente em contextos sociais pode impactar negativamente a autoestima e autoconfiança do adulto.
  11. Falta de confiança em habilidades comunicativas: Pode sentir que suas habilidades de comunicação são inadequadas ou que será julgado negativamente ao falar.
  12. Sintomas de estresse e ansiedade: Pode experimentar sintomas psicossomáticos, como dores de cabeça, problemas digestivos ou insônia, relacionados à ansiedade de falar.
  13. Resistência a novas oportunidades: Pode evitar novas oportunidades de trabalho ou sociais que exigem comunicação verbal, limitando seu crescimento pessoal e profissional.

Cada faixa etária apresenta desafios distintos, e o mutismo seletivo pode ter um impacto profundo e duradouro na vida de quem está enfrentando essa situação, se não for tratado adequadamente.

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O que causa o Mutismo Seletivo?

O mutismo seletivo é um fenômeno complexo que se manifesta na dificuldade de uma pessoa em usar a linguagem falada em determinados contextos, enquanto mantém a capacidade de se comunicar normalmente em outros.

Este comportamento não é uniforme e suas causas variam de acordo com o contexto e o histórico individual de cada pessoa.

Na psicanálise, a compreensão do mutismo seletivo passa pela análise das dinâmicas internas e externas que moldam o sujeito.

A dificuldade em usar a linguagem falada pode ser vista como um reflexo de uma dissonância interna ou uma resposta a um ambiente que pode ser percebido como ameaçador.

O silêncio, nesse caso, não é simplesmente a ausência de palavras, mas um recurso de comunicação não verbal que expressa o que não é possível ser articulado verbalmente.

Cada pessoa com mutismo seletivo possui um perfil único, com experiências e sentimentos que influenciam sua condição.

Por exemplo, um ambiente escolar pode ser percebido como um espaço de ameaça ou pressão, levando o sujeito a silenciar como forma de proteção.

Este silêncio pode também ser uma resposta a dinâmicas familiares, traumas passados, ou a uma dificuldade em processar e expressar emoções de forma verbal.

A força que aprisiona o sujeito e o impede de se expressar pode estar enraizada em questões como a insegurança, o medo do julgamento, ou experiências negativas anteriores.

A psicanálise investiga como essas questões influenciam a constituição do “eu” e o papel do outro como uma figura potencialmente ameaçadora.

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Além disso, o mutismo seletivo pode ser visto como uma forma de comunicação indireta, onde o silêncio fala sobre o que está sufocado internamente.

A análise das relações iniciais, como a relação da pessoa que está sofrendo com mutismo seletivo e aqueles que exerceram a função materna e paterna, a construção da confiança e a influência de fatores externos, como a parentalidade e as novas fronteiras da subjetivação, são cruciais para entender as causas e manifestações do mutismo seletivo.

Portanto, o mutismo seletivo é um fenômeno que exige uma abordagem cuidadosa e individualizada para que se possa compreender e abordar efetivamente as necessidades e experiências de cada pessoa.

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Quais são os impactos Psicológicos do Mutismo Seletivo

O mutismo seletivo é um transtorno de ansiedade que se manifesta na infância, mas pode persistir ou se desenvolver em outras fases da vida, como na adolescência e na idade adulta. Seus impactos psicológicos são profundos e variam conforme a fase da vida. Veja:

Impactos Psicológicos do Mutismo Seletivo em Crianças

  • Baixa autoestima: As crianças podem se sentir inadequadas ou incapazes, percebendo que não conseguem se comunicar em certas situações.
  • Isolamento social: A dificuldade de falar em ambientes como a escola pode levar ao afastamento de colegas, resultando em solidão.
  • Ansiedade intensa: O medo de não conseguir falar em determinadas situações pode gerar um ciclo de ansiedade constante.
  • Dificuldades acadêmicas: A incapacidade de se comunicar pode afetar o desempenho escolar, dificultando o aprendizado e a participação em atividades.
  • Frustração: A criança pode se sentir frustrada por não conseguir se expressar, o que pode levar a comportamentos regressivos ou explosões emocionais.
  • Dificuldades de desenvolvimento emocional: O mutismo seletivo pode interferir no desenvolvimento das habilidades emocionais e sociais, dificultando a aprendizagem de como lidar com emoções complexas.
  • Relação difícil com os pais: A incompreensão ou frustração dos pais diante do mutismo da criança pode gerar tensões na relação familiar.

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Impactos Psicológicos do Mutismo Seletivo em Adolescentes

  • Vergonha e culpa: O adolescente pode sentir vergonha de sua condição, agravada pela percepção de que seu comportamento não é “normal”.
  • Baixa autoestima: A comparação com colegas mais comunicativos pode intensificar sentimentos de inadequação e inferioridade.
  • Dificuldades nas relações sociais: O mutismo seletivo pode dificultar a formação de amizades e relações amorosas, levando a um maior isolamento.
  • Risco de depressão: A combinação de ansiedade, isolamento e baixa autoestima pode aumentar a vulnerabilidade à depressão.
  • Perda de oportunidades sociais: O adolescente pode evitar participar de atividades sociais, como festas ou eventos escolares, perdendo oportunidades de desenvolver habilidades sociais e construir relacionamentos.
  • Sentimento de alienação: Pode haver um sentimento profundo de alienação, como se o adolescente estivesse desconectado dos pares e das atividades sociais típicas da idade.
  • Medo do julgamento: A constante preocupação com a percepção alheia pode criar um ciclo de medo e evasão, dificultando ainda mais a superação do mutismo.

Impactos Psicológicos do Mutismo Seletivo em Adultos

  • Dificuldades profissionais: O mutismo seletivo pode prejudicar a capacidade de realizar entrevistas de emprego, participar de reuniões ou interagir com colegas, limitando as oportunidades de carreira.
  • Isolamento social: A dificuldade de comunicação em ambientes sociais pode levar ao isolamento, afetando relacionamentos pessoais e profissionais.
  • Baixa autoestima: Adultos podem sentir-se incapazes ou inferiores, o que pode interferir em diversas áreas da vida.
  • Ansiedade e estresse: A constante preocupação em evitar situações onde o mutismo possa ocorrer pode gerar altos níveis de ansiedade e estresse.
  • Sentimento de fracasso: O adulto pode sentir que falhou em superar o problema, o que pode gerar um sentimento de derrota e impotência.
  • Dificuldades em formar e manter relacionamentos: A incapacidade de se comunicar pode levar a dificuldades em estabelecer vínculos afetivos, resultando em solidão ou relacionamentos tóxico.
  • Impacto na saúde mental: O mutismo seletivo pode coexistir com outros transtornos, como transtorno de ansiedade generalizada, fobia social ou transtorno obsessivo-compulsivo, exacerbando os sintomas e complicando o tratamento.

Cada caso de mutismo seletivo é único, e os impactos variam de acordo com o contexto, histórico pessoal e o grau de suporte recebido ao longo da vida.

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Como o Mutismo Seletivo é diagnosticado?

O diagnóstico do mutismo seletivo é um processo delicado e meticuloso, fundamentado na singularidade de cada indivíduo e nas suas experiências de vida.

O processo de Avaliação Psicológica, essencial para alcançar um diagnóstico preciso, segue etapas que garantem uma compreensão aprofundada do quadro clínico, respeitando as particularidades de cada caso.

A primeira etapa envolve o levantamento dos objetivos da avaliação e as particularidades do indivíduo. Neste momento, o psicólogo(a) busca entender as necessidades específicas do paciente, o que permite a escolha das estratégias e instrumentos mais adequados para a avaliação, como entrevistas, observações, dinâmicas de grupo e testes psicológicos, que podem incluir testes projetivos e/ou psicométricos.

No caso do mutismo seletivo, é crucial explorar o contexto no qual o comportamento se manifesta, considerando o histórico familiar, social e emocional do paciente.

Na segunda etapa, ocorre a coleta de informações através dos meios previamente escolhidos. Essas informações são integradas de maneira abrangente para garantir que os objetivos da avaliação sejam atingidos de forma completa.

Para que o diagnóstico do mutismo seletivo seja preciso, não se recomenda a utilização de uma única técnica ou instrumento, mas sim uma combinação que permita uma visão global do quadro.

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Após a coleta e integração das informações, desenvolvem-se as hipóteses iniciais. Neste ponto, o psicólogo pode perceber a necessidade de utilizar outros instrumentos ou estratégias para refinar ou elaborar novas hipóteses, especialmente se surgirem indícios de fatores complexos, como ansiedade social ou traumas que podem estar contribuindo para o mutismo seletivo.

A quarta etapa envolve a indicação das respostas à situação que motivou o processo de avaliação, comunicando os resultados de forma cuidadosa.

O psicólogo(a) deve atentar para os procedimentos éticos, considerando as limitações da avaliação e adaptando os procedimentos ao contexto e propósito específicos da avaliação.

No caso do mutismo seletivo, é fundamental que a comunicação dos resultados seja feita de forma clara e empática, dado o impacto que este transtorno pode ter nas relações sociais e emocionais do paciente.

Em síntese, o diagnóstico do mutismo seletivo é um processo que envolve múltiplas etapas de avaliação psicológica, cada uma delas adaptada às especificidades do paciente.

Cada caso é único, e é essa singularidade que orienta o psicólogo(a) na escolha dos métodos e estratégias, sempre com o objetivo de compreender a pessoa em sua totalidade e proporcionar o melhor caminho para o tratamento.

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O Mutismo Seletivo pode ser curado?

O Mutismo Seletivo, um transtorno de ansiedade que se manifesta pela incapacidade de falar em certas situações sociais, pode ser tratado e, em muitos casos, curado.

A recuperação depende de uma intervenção precoce, personalizada e contínua, que leve em consideração a gravidade dos sintomas e a resposta da pessoa ao tratamento.

O sucesso do tratamento através da terapia depende de vários fatores, incluindo a duração do mutismo antes da intervenção, a intensidade dos sintomas e o ambiente em que a pessoa convive.

Com uma abordagem adequada e terapia consistente, muitas pessoas conseguem superar o Mutismo Seletivo, desenvolvendo a confiança necessária para falar em todas as situações sociais.

Como Ajudar Alguém com Mutismo Seletivo

Ajudar alguém com mutismo seletivo exige uma abordagem sensível, informada e gradual, respeitando o ritmo da pessoa e criando um ambiente seguro.

1. Compreensão e Empatia:
O primeiro passo é entender que o mutismo seletivo não é uma escolha, mas uma resposta a uma intensa ansiedade social. Evite pressionar a pessoa a falar, pois isso pode aumentar o estresse. Em vez disso, mostre compreensão e empatia, validando os sentimentos dela.

2. Criação de um Ambiente Seguro:
É essencial criar um ambiente que transmita segurança e confiança. Estimule interações em contextos onde a pessoa se sinta confortável, como em casa ou com amigos próximos. Reduza a pressão para falar, permitindo que ela se expresse de outras maneiras, como através da escrita ou de gestos.

3. Incentivo a Buscar Tratamento Através de Terapia:
É fundamental encorajar a pessoa a buscar tratamento especializado. A terapia, especialmente com um psicanalista, pode oferecer o suporte necessário para explorar as causas profundas do mutismo seletivo e desenvolver estratégias para superar essa dificuldade. Incentivar a busca por ajuda profissional é um passo essencial para o progresso.

Leia também: Compreendendo o Transtorno de Personalidade Borderline: Sintomas e Tratamento com Psicanálise

4. Envolvimento de Profissionais:
A terapia psicanalítica é uma abordagem eficaz para tratar o mutismo seletivo. Um psicanalista especializado pode ajudar a explorar os aspectos inconscientes que contribuem para o transtorno, identificando e trabalhando com os conflitos internos e as ansiedades subjacentes.

Essa abordagem permite que a pessoa compreenda melhor suas emoções e desenvolva maneiras de expressá-las de forma mais saudável.

5. Colaboração com a Família e pessoas que convivem com a pessoa:
É crucial que a família e demais pessoas trabalhem juntas para apoiar a pessoa com mutismo seletivo. Educadores devem ser orientados sobre o transtorno e devem evitar chamar atenção para o fato de a pessoa não falar, tratando-a com respeito e paciência. Em casa, os pais podem encorajar a comunicação em um ambiente livre de pressão.

7. Incentivo:
Elogiar pequenas conquistas e progressos, mesmo que pareçam mínimos, é fundamental. O incentivo ajuda a construir a confiança da pessoa e a reduzir o medo associado à fala.

Ajudar alguém com mutismo seletivo é um processo delicado e contínuo que demanda paciência, compreensão e apoio profissional.

Com o acompanhamento psicológico através da terapia psicanalítica é possível que a pessoa desenvolva habilidades para lidar com sua ansiedade e comece a se comunicar de forma mais aberta e confiante.

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Veja também:

Perguntas frequentes sobre Mutismo Seletivo

O Mutismo Seletivo pode desaparecer sem tratamento?

O Mutismo Seletivo raramente desaparece sem tratamento adequado. Embora alguns casos leves possam melhorar com o tempo, a maioria das crianças, adolescentes e adultos continuam a apresentar dificuldades de comunicação e inseguranças em situações específicas. A intervenção precoce com terapia psicanalítica é crucial para evitar que o problema se prolongue e impacte o desenvolvimento social e emocional.

Qual é a diferença entre timidez e Mutismo Seletivo?

A timidez é uma característica marcada pelo desconforto em situações sociais, mas a pessoa ainda consegue se comunicar. Já o Mutismo Seletivo é um transtorno de ansiedade em que a pessoa é incapaz de falar em determinados contextos, mesmo querendo. A timidez pode ser comum e variável; o Mutismo Seletivo é mais grave, requer tratamento especializado, pois impacta significativamente a vida de quem está sofrendo.

Como os pais e professores podem ajudar uma criança com Mutismo Seletivo?

Pais e professores podem ajudar uma criança com Mutismo Seletivo criando um ambiente seguro e acolhedor, sem pressioná-la a falar. É importante incentivar a comunicação não-verbal, valorizar pequenos progressos e buscar apoio de um psicólogo especializado. Com paciência, empatia e intervenções adequadas, a criança pode desenvolver gradualmente a confiança necessária para se expressar verbalmente.

O Mutismo Seletivo afeta apenas crianças?

Não, o Mutismo Seletivo não afeta apenas crianças. Embora geralmente se manifeste na infância, pode persistir na vida adulta. Adultos com Mutismo Seletivo podem enfrentar desafios significativos em contextos sociais e profissionais, necessitando de intervenção especializada para superar suas dificuldades de comunicação.

Quem tem mutismo seletivo é autista?

Não, ter mutismo seletivo não implica necessariamente em ser autista. O mutismo seletivo é um transtorno de ansiedade em que a pessoa não fala em determinadas situações, apesar de ter habilidades linguísticas normais. Embora possa ocorrer com autismo, é uma condição distinta e pode afetar pessoas sem o transtorno do espectro autista.

Como estimular uma criança com mutismo seletivo?

Para estimular uma criança com mutismo seletivo, crie um ambiente seguro e encorajador. Utilize estratégias como encorajar a comunicação em pequenos grupos e reforçar positivamente cada tentativa de fala. É essencial procurar um psicólogo psicanalista para buscar o tratamento adequado para promover na criança confiança e redução da ansiedade.

Quais são as características do Mutismo seletivo em adultos?

O mutismo seletivo em adultos manifesta-se na incapacidade de falar em contextos específicos, apesar de ser capaz de comunicar-se normalmente em outras situações. Caracteriza-se por uma ansiedade intensa, medo de julgamento e dificuldades em interações sociais. Esse transtorno está frequentemente ligado a experiências de estresse e traumas não resolvidos.

Como saber se tenho mutismo seletivo?

O mutismo seletivo é caracterizado pela incapacidade persistente de falar em determinadas situações, apesar de falar em outras. Para identificá-lo, observe a dificuldade em se comunicar em contextos específicos, como na escola ou em eventos sociais, enquanto a fala é normal em casa. É crucial consultar um profissional de psicologia para um diagnóstico preciso e orientação adequada.

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Quando buscar ajuda profissional para mutismo seletivo?

É fundamental buscar ajuda profissional quando os sinais do mutismo seletivo começam a impactar significativamente a vida da pessoa.

Aqui estão os principais momentos para considerar a intervenção de um psicólogo psicanalista:

Persistência dos Sintomas: Quando a dificuldade em falar em certas situações persiste, mesmo com tentativas de estímulo e encorajamento em casa, na escola e em outros locais de impacto.

Impacto no Desenvolvimento Social e Acadêmico: Se a dificuldade de comunicação está interferindo no desenvolvimento social da criança, adolescente ou adulto ou na sua performance escolar, acadêmica, vida social e trabalho, gerando isolamento ou dificuldades de aprendizado.

Aparição de Sintomas Associados: Quando o mutismo seletivo é acompanhado de sintomas como ansiedade extrema, ataques de pânico, ou outros transtornos emocionais que exacerbam a dificuldade de comunicação.

Preocupações com o Desenvolvimento da Linguagem: Se há uma preocupação de que o mutismo seletivo pode estar associado a problemas subjacentes no desenvolvimento da linguagem ou comunicação que necessitam de avaliação especializada.

Impacto na Autoestima: Quando a dificuldade em se comunicar começa a afetar a autoestima e a autoconfiança da pessoa, levando a sentimentos de frustração ou depressão.

Recomendações de Educadores e Profissionais de Saúde: Quando professores ou outros profissionais de saúde identificam sinais preocupantes e recomendam a consulta com um psicólogo(a) para uma avaliação mais aprofundada.

A busca por ajuda profissional com um psicólogo psicanalista pode envolver é crucial para desenvolver estratégias eficazes e apoiar a pessoa na superação das barreiras comunicativas.

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Qual o tratamento para Mutismo Seletivo?

Na perspectiva psicanalítica, o tratamento do Mutismo Seletivo pode ser compreendido como um processo de reconciliação e expressão da história do paciente.

O psicanalista desempenha um papel crucial ao proporcionar um espaço seguro para que o paciente possa explorar e se expressar — seja em palavras ou brincadeiras — que moldam sua experiência subjetiva.

Esta abordagem visa permitir que aquilo que está reprimido de forma inconsciente, seja articulado e analisado através da palavra ou brincadeiras (em casos de crianças ou adolescentes), promovendo um caminho para a compreensão e a integração desses aspectos na vida cotidiana.

O tratamento, portanto, busca acessar essas camadas recalcadas da inconsciente, onde a pulsão insiste e se manifesta de formas que escapam ao discurso simbólico.

A análise desses fragmentos pode revelar as dinâmicas internas e os conflitos subjacentes que contribuem para o mutismo seletivo, dessa forma, elaborando a cura para o aquilo que está emergindo e causando sofrimento.

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Psicóloga Lorena SáPsicóloga

Lorena Sá, psicóloga clínica e fundadora do site tríplicepsicanalitico.com, destaca-se por sua atuação na área da psicologia, oferecendo informações e suporte por meio de seu trabalho clínico e plataforma online.

Referências:

Pokorski, Maria Melania Wagner Franckowiak. Psicanálise: quando o falar é um obstáculo. Estud. psicanal. no.50 Belo Horizonte jul./dez. 2018.

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