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Compreendendo a agorafobia : causas, sintomas e tratamento com psicanálise

A agorafobia é uma condição complexa onde a pessoa se sente ameaçada pelo espaço ao seu redor, limitando sua liberdade de movimento e causando ansiedade em locais abertos.

Este artigo, escrito por nossa psicóloga, visa desvendar as causas profundas da agorafobia, seus sintomas e abordar o tratamento através da psicanálise, apresentando uma perspectiva que conecta o interior turbulento do paciente com o mundo que o intimida.

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O que é agorafobia?

A agorafobia é uma condição complexa que vai além do medo de espaços abertos, como muitas vezes é simplificadamente descrita.

Na verdade, ela envolve um medo ou ansiedade intensos que são desencadeados pela exposição ou antecipação de estar em diversas situações. Essas situações podem ser percebidas pela pessoa como ameaçadoras e gerar uma sensação de vulnerabilidade ou falta de saída.

O termo “ágora” refere-se não apenas a um espaço físico, mas também a um espaço de possibilidades, onde novas formas de interação e reflexão podem surgir. Para alguém com agorafobia, esse espaço simbólico de mudança e ruptura pode ser extremamente intimidador.

A pessoa pode sentir-se perdida ou incapaz de se reconhecer nesse ambiente, o que pode levar a uma desestruturação interna e a uma fragilidade do ego.

A agorafobia, portanto, não é simplesmente um medo de espaços abertos, mas uma reação complexa a um mundo percebido como cheio de sinais de alarme e ameaças.

O indivíduo cria uma demarcação subjetiva, baseada em experiências primitivas, que define um espaço seguro. Fora desse espaço, o mundo pode parecer aterrorizante e incontrolável, levando a pessoa a evitar situações que desencadeiam a ansiedade.

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Quais são os sintomas da agorafobia?

De acordo com o DSM-V os sintomas da agorafobia incluem:

  • Medo ou ansiedade significativos relacionados a pelo menos duas das seguintes situações:
    1. Utilizar transporte público, como carros, ônibus, trens, navios ou aviões.
    2. Estar em espaços abertos, como estacionamentos, mercados ou pontes.
    3. Estar em locais fechados, como lojas, teatros ou cinemas.
    4. Encontrar-se em filas ou no meio de multidões.
    5. Sair de casa sozinho.
  • A evitação dessas situações ocorre devido ao medo de dificuldade para escapar ou de não receber ajuda em caso de sintomas incapacitantes ou constrangedores, como medo de cair ou incontinência.
  • As situações que provocam agorafobia quase sempre resultam em medo ou ansiedade.
  • Essas situações são evitadas ativamente, necessitam da presença de um acompanhante ou são enfrentadas com intenso medo ou ansiedade.
  • O medo ou ansiedade é desproporcional ao perigo real apresentado pelas situações e ao contexto sociocultural.
  • O medo, ansiedade ou esquiva é persistente, geralmente durando mais de seis meses.
  • O transtorno causa sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social, profissional ou outras áreas importantes da vida do indivíduo.

Lembre-se de que os sintomas da agorafobia podem variar em grau e intensidade, dependendo da experiência subjetiva de cada indivíduo.

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O que causa a agorafobia?

A agorafobia surge devido a conflitos psicológicos inconscientes, diferentes de medos que podem ser ligados a experiências traumáticas diretas, como ataques de cachorro. Não há necessariamente um evento específico que a desencadeie imediatamente.

Em vez disso, a agorafobia se manifesta através de medos intensos e desproporcionais sem uma causa clara ou imediata. Pode se desenvolver após experiências traumáticas anteriores que não foram elaboradas, mesmo que a pessoa não tenha vivido algo diretamente traumático no momento.

Essas experiências que não foram elaboradas, criam associações negativas persistentes com certos ambientes que fazem conexão com algo significativo para você, enquanto conflitos psicológicos inconscientes também podem contribuir para a agorafobia ao longo do tempo.

Portanto, a agorafobia pode ser vista como um sintoma psicológico que se desenvolve como resultado de experiências traumáticas ou bloqueio emocional não resolvidos, influenciados pela dinâmica familiar e pela relação com as suas experiências subjetivas.

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Leia também: Guia Completo sobre o Temperamento Melancólico: Características, Causas e Tratamento com Psicanálise

Como é feito o diagnóstico da agorafobia?

Para identificar a agorafobia, os profissionais de saúde mental buscam padrões específicos de medo e comportamento de esquiva no paciente.

O processo diagnóstico da agorafobia considera se a pessoa experimenta ansiedade significativa em resposta aos sintomas da agorafobia e como eles estão afetando a sua saúde e qualidade de vida.

Os sintomas devem incluir preocupações intensas sobre eventos adversos potenciais, dificuldades em deixar a situação ou a falta de acesso a ajuda em caso de necessidade.

Sintomas físicos, como vertigem ou náusea, podem ocorrer, assim como o medo extremo de consequências graves, como desmaiar ou morrer.

O diagnóstico também leva em conta a frequência e consistência do medo ou ansiedade: eles devem ser desencadeados quase sempre que a pessoa se depara com as situações temidas. Além disso, a pessoa deve demonstrar um padrão de esquiva ativa dessas situações ou enfrentá-las com grande sofrimento.

Por fim, é crucial que o medo e a esquiva sejam desproporcionais ao perigo real apresentado pelas situações temidas e que não sejam justificados por ameaças concretas do ambiente, como uma tempestade severa ou uma área com alta taxa de criminalidade. A avaliação é feita através de uma análise cuidadosa do contexto pessoal do paciente.

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Faça o teste e veja se você pode ter indícios de agorafobia

Este teste deve ser visto apenas como um quiz e não tem qualquer relação com testes psicológicos formais. Lembre-se de que ele não substitui uma avaliação profissional, mas pode ser um primeiro passo para reconhecer a necessidade de buscar ajuda especializada com um psicólogo ou psicanalista.

Teste de Autoavaliação para Sinais de Agorafobia

  1. Você sente ansiedade intensa ou medo ao pensar em estar em lugares onde pode ser difícil escapar ou onde a ajuda pode não estar disponível?
    • [ ] Sempre
    • [ ] Frequentemente
    • [ ] Às vezes
    • [ ] Raramente
    • [ ] Nunca
  2. Evita locais como espaços abertos, multidões ou transporte público?
    • [ ] Sempre
    • [ ] Frequentemente
    • [ ] Às vezes
    • [ ] Raramente
    • [ ] Nunca
  3. Você se sente dependente de outras pessoas para sair de casa ou entrar em situações que considera desafiadoras?
    • [ ] Sempre
    • [ ] Frequentemente
    • [ ] Às vezes
    • [ ] Raramente
    • [ ] Nunca
  4. Quando exposto a uma situação temida, você experimenta sintomas como palpitações, suor excessivo, tremores ou sensação de falta de ar?
    • [ ] Sempre
    • [ ] Frequentemente
    • [ ] Às vezes
    • [ ] Raramente
    • [ ] Nunca
  5. Você já alterou sua rotina ou evitou atividades por medo de experimentar ansiedade ou ataques de pânico?
    • [ ] Sempre
    • [ ] Frequentemente
    • [ ] Às vezes
    • [ ] Raramente
    • [ ] Nunca

Interpretação dos Resultados:

  • Maioria Sempre ou Frequentemente: Fortes indícios de agorafobia. Recomenda-se buscar avaliação de um profissional com um psicólogo.
  • Maioria Às vezes: Sinais moderados. A atenção a esses sentimentos é importante, e pode ser útil discutir com um psicólogo ou psicanalista.
  • Maioria Raramente ou Nunca: Sinais leves ou ausentes. Continue monitorando seus sentimentos e procure ajuda se notar um aumento na frequência ou intensidade.

Este teste é apenas uma ferramenta de autoavaliação e não deve ser usado como diagnóstico. Se você se identificou com vários dos itens acima, considere conversar com um psicólogo ou psicanalista para uma avaliação mais aprofundada.

Psicólogo Lucas Souza
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Filme a mulher na janela

O filme “A Mulher na Janela” oferece uma representação visceral da agorafobia através de sua protagonista, Anna Fox.

No filme, Anna é uma psicóloga infantil que vive reclusa em sua casa em Nova York, lutando contra a agorafobia, o trauma, o luto, a depressão e a insônia. Sua vida diária é uma luta constante contra o medo esmagador de sair ao ar livre.

A janela de sua casa serve como um portal para o mundo exterior, mas também como uma barreira que a mantém presa em seu próprio espaço seguro, porém isolada.

A narrativa se desenrola com Anna observando seus vizinhos através da janela, o que se torna sua única conexão com o mundo externo. Quando ela testemunha um ato violento, sua vida começa a desmoronar ainda mais, pois ela é forçada a confrontar a realidade de sua condição e as limitações que ela impõe.

“A Mulher na Janela” não apenas destaca a agorafobia como um elemento central da trama, mas também provoca uma discussão importante sobre saúde mental e a empatia necessária para entender as lutas internas que muitas pessoas enfrentam diariamente.

Através de Anna, o filme nos lembra que, embora a agorafobia possa ser debilitante, aqueles que sofrem com ela têm suas próprias histórias que desencadeia a agorafobia e frisa a necessidade de acompanhamento com um psicólogo ou psicanalista.

Leia também: Entendendo e superando a timidez crônica: uma perspectiva psicológica e psicanalítica

Perguntas frequentes sobre agorafobia

A agorafobia tem cura?

A agorafobia, caracterizada pelo medo intenso de lugares amplos ou de situações onde a saída possa ser difícil, tem tratamento eficaz. A psicanálise busca entender as raízes inconscientes desse medo, como experiências traumáticas passadas e conflitos psíquicos. Essa abordagem, oferece tratamento eficaz para superar da agorafobia, contribuindo para que a pessoa reconquiste sua autonomia e bem-estar.

Quanto tempo leva para tratar a agorafobia?

O período necessário para tratar a agorafobia não é fixo, pois depende da individualidade de cada pessoa. A terapia psicanalítica foca em entender e resolver as causas profundas do medo, o que pode exigir um tempo variável. Alguns podem notar melhorias em poucos meses, enquanto outros podem precisar de anos para processar e superar os conflitos internos que contribuem para a condição.

O que fazer se eu acho que tenho agorafobia?

Se você suspeita que tem agorafobia é essencial buscar ajuda profissional um psicólogo ou psicanalista pode oferecer uma avaliação precisa e desenvolver um plano de tratamento personalizado. Eles utilizam técnicas que podem ajudar a entender e superar os medos associados à agorafobia. O tratamento é eficaz para muitos transtornos de ansiedade. Lembre-se dar o primeiro passo em busca de ajuda é um ato de coragem e o caminho para a recuperação.

É possível prevenir a agorafobia?

A prevenção da agorafobia envolve o reconhecimento precoce de sinais de ansiedade e a busca por apoio profissional. Consultar um psicólogo ou psicanalista pode ser um passo crucial, pois esses especialistas oferecem estratégias para gerenciar o medo e evitar o desenvolvimento de agorafobia.

Qual a diferença entre agorafobia e fobia social?

 A agorafobia é caracterizada pelo medo de situações que podem causar pânico, desamparo ou vergonha, frequentemente associado a locais amplos ou multidões. Já a fobia social é o receio de interações sociais que possam resultar em humilhação ou escrutínio. Enquanto a agorafobia pode levar alguém a evitar espaços abertos, a fobia social pode fazer com que a pessoa evite eventos sociais ou interações onde se sente observada. Ambas podem ser debilitantes, mas são distintas em suas manifestações e impactos na vida diária.

Posso tratar a agorafobia sozinho?

Não é recomendado tentar tratar a agorafobia sem ajuda profissional. Psicólogos e psicanalistas são treinados para entender as nuances dessa fobia e podem oferecer estratégias de tratamento personalizadas. Eles utilizam técnicas que são eficazes. Além disso, podem avaliar a necessidade de medicação ou outras intervenções. Buscar ajuda é um passo importante para a recuperação.

Como descobrir se tenho agorafobia?

É essencial buscar um psicólogo ou psicanalista para uma avaliação profissional. Eles utilizam entrevistas clínicas para entender seus sintomas. O apoio de um especialista é crucial para um diagnóstico preciso e para orientar o melhor caminho para o tratamento e superação da agorafobia.

Leia também: Compreendendo o Transtorno de Personalidade Borderline: Sintomas e Tratamento com Psicanálise

O que a psicanálise fala sobre agorafobia?

A psicanálise, aborda a agorafobia como um sintoma que expõe uma fragilidade egóica e uma desestruturação interna do sujeito.

A agorafobia surge como uma resposta a uma insuficiência da função paterna e atua como um mecanismo de defesa contra a angústia.

O sujeito agorafóbico, ao enfrentar o espaço público (a ágora), onde é necessário sustentar sua individualidade e se impor, sente-se perdido devido à falta de reconhecimento e identificação.

Esse sintoma revela um ego fragilizado que utiliza a evitação e a fobia como formas de proteção contra a invasão e a angústia do mundo exterior.

A demarcação de espaços seguros e o uso do objeto fóbico como suporte simbólico refletem tentativas de manter um sentido de controle e ordem diante de experiências subjetivas e características pessoais únicas.

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Tratamento para agorafobia com psicanálise

O tratamento para agorafobia com psicanálise funciona através da escuta clínica e da análise das experiências e traumas do paciente.

A psicanálise busca tratar o real da clínica pelo simbólico, ou seja, entender e trabalhar os sintomas por meio da interpretação das vivências e do inconsciente do paciente.

No caso específico de agorafobia, o tratamento envolve identificar eventos traumáticos que possam ter desencadeado a fobia e entender como esses eventos estão relacionados aos sintomas atuais do paciente.

A análise psicanalítica explora como cenas traumáticas reprimidas no passado do paciente, que não foram processadas adequadamente, resultam em sintomas fóbicos no presente.

Durante as sessões, o paciente pode reviver memórias traumáticas e, através da interpretação e do trabalho com essas memórias, encontrar maneiras de lidar com seus medos e angústias.

A fobia é vista como um sintoma que surge de um trauma e se manifesta como uma maneira de evitar a angústia de castração, deslocando o medo para objetos específicos.

O processo terapêutico envolve trazer à consciência essas conexões e permitir que o paciente trabalhe através de suas ansiedades de forma mais estruturada, o que pode levar a uma diminuição dos sintomas fóbicos.

Através da escuta clínica e da análise de suas vivências, você poderá lidar melhor com seus medos e angústias. Não deixe que a agorafobia controle sua vida. Agende uma sessão e comece a transformar sua relação com o medo.

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Psicóloga Lorena SáPsicóloga

Lorena Sá, psicóloga clínica e fundadora do site tríplicepsicanalitico.com, destaca-se por sua atuação na área da psicologia, oferecendo informações e suporte por meio de seu trabalho clínico e plataforma online.

Referências:

Ehrlich, André e Darriba, Vinicius Anciaes. Medô medo”: investigação sobre a fobia em Freud, Lacan e autores contemporâneos a partir de um caso clínico. Ágora (Rio J.) 16 (spe) • Abr 2013.

Gama, Carlos Alberto Pegolo da. Agorafobia. Uma tópica evanescente. Rev. latinoam. psicopatol. fundam 2 (2) • Apr-Jun 1999.

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